Nações Unidas, 17 jun (EFE).- O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) expressou hoje um otimismo moderado sobre o cumprimento em 2015 dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), da mesma forma que pediu aos países que "façam mais" e acelerem as políticas na luta contra a pobreza.
As iniciativas realizadas no Brasil e México com programas como o Bolsa Família foram apresentadas como exemplos, já que aumentaram tanto as inscrições como os níveis de assistência nos centros escolares e diminuíram o trabalho infantil.
A administradora do Pnud, Helen Clark, divulgou hoje uma avaliação dos ODM realizada em 50 países, na qual destaca que houve "uma notável redução em matéria de pobreza no mundo".
Ela acrescentou que foram alcançadas melhoras significativas em matéria escolar, na redução da mortalidade infantil e materna, assim como no aumento de tratamentos contra o HIV e na garantia à sustentabilidade
ambiental.
Para conseguir cumprir estes objetivos, que a ONU revisará em uma cúpula em Nova York de 20 a 22 de setembro, o Pnud recomendou aos países que apoiem um desenvolvimento controlado e participativo, consigam que o crescimento econômico seja inclusivo e gere emprego e façam mais investimentos públicos em saúde e educação.
Também aconselhou a melhoria das oportunidades para as mulheres, a adesão à energia com baixas emissões de carbono e cumprimento dos compromissos em ajuda oficial ao desenvolvimento.
"Apesar de alguns países terem cumprido com seus compromissos, outros podem fazer mais", afirmou o Pnud.
No tema de pobreza, a agência da ONU advertiu que, embora de maneira geral a proporção de pessoas pobres tenha diminuído, os números aumentaram na Ásia Meridional e África Subsariana, e diminuíram na América Latina, principalmente no Brasil.
Sobre isto, em março, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, destacou que os ODM não serão cumpridos em 2015 a menos que a comunidade internacional redobre com urgência os esforços para reduzir a pobreza extrema no mundo.
Segundo dados do Pnud, ainda há quase 1 bilhão de pessoas vivendo com menos de US$ 1,25 por dia.
O relatório afirma, além disso, que os países que reduziram com rapidez a pobreza não estão necessariamente tendo os mesmos progressos em matéria de igualdade de gênero e de sustentabilidade.
Igualmente apontou que o crescimento econômico diminuiu em muitos países juntamente com uma redução de investimentos estrangeiros diretos, das remessas, do índice de exportações e da quantidade de turistas, o que ocasionou grandes perdas de empregos.
Além disso, considerou que "é necessário abrir com urgência os mercados às exportações dos países menos desenvolvidos, especialmente para produtos básicos não primários".
Recomendou, igualmente, "políticas macroeconômicas expansionistas, centradas na produção real e nas metas de emprego, de modo a aumentar o investimento público, melhorar o acesso ao crédito e promover as exportações".
Os países em desenvolvimento têm que ter, segundo a ONU, políticas para atingir múltiplas metas, além de manter baixos níveis de inflação, utilizar diversos instrumentos macroeconômicos e não depender excessivamente das variações monetárias.
No tema de saúde, o relatório adverte que a falta de progressos na luta contra o vírus HIV prejudica os adiantamentos relativos à mortalidade materna e infantil.
O documento também assinala que as intervenções específicas dos Governos com programas de proteção social e de emprego são essenciais para acelerar a conquista dos ODM.
O Pnud divulgou, além disso, que os países mais pobres que eliminaram o pagamento de matrículas e fizeram reformas educativas conseguem maiores taxas de presença escolar no ensino primário.
FONTE: UOL Notícias